Retrospectiva 2017

Eu gostaria de conseguir resumir nossos aprendizados e constatações de 2017 numa forma que isso pudesse acrescentar algo ao aprendizado de quem acompanha nossa página.... Vou tentar. 


*A educação domiciliar é mais encantadora e envolvente no cotidiano do que na teoria. 
Se você acha que educar em casa parece legal, saiba que você está errado. É muito mais legal do que você imaginou! É maravilhoso. 

Não gosto de usar a palavra  amizade para definir relações entre pais e filhos, mas pedirei licença poética. Nossos laços de amizade em casa se estreitaram. Somos mais companheiros, mais íntimos, mais entrosados. Aprendemos coisas juntos, rimos muito e nos divertimos estudando e conversando. 


* O modelo escolarizado atual não funciona em casa. Provavelmente, porque simplesmente não funciona. 
Se você enxerga a educação como um processo de encher um baú com conteúdo, o modelo escolar funciona super bem.

Se você enxerga o processo de educação como a busca curiosa pelo conhecimento, o amor ao estudo, o prazer pela leitura, a construção de uma visão de mundo estruturada, a formação pessoal profunda,  então você está comigo. E, neste caso, o modelo escolarizado atual - sinto muito em constatar isso - simplesmente não funciona. 

Isso me faz lembrar de outra descoberta... 


* A frase "não leve a escola pra casa" é um conselho cruel. 
Porque provavelmente você não conhece outro modelo de ensino. E, então, você vai levar sim. E eu aconselho que, se é sua única forma de ver as coisas (como era a minha) que, então, você leve mesmo. Mas leve sabendo que vai dar errado. Quando estiver dando errado, saiba que esse é o motivo. E mude! 


* A educação clássica é maravilhosa, prática, mais simples e funciona melhor. 
Pela nossa formação escolarizada, estamos acostumados a estudar buscando resultados. 

Isso é atalho, não é caminho. Assim você abrirá trilhas na grama. Mas eu não quero abrir trilhas, eu quero construir algo grandioso na alma dos meus filhos, algo grandioso e duradouro, como as vias, pontes romanas.

Não se constrói um conhecimento profundo e arraigado sem tempo, amor, paciência e atenção. 

O bom de estar estudando pelo prazer de conhecer - e não se torturando por um objetivo - é chegar ao resultado necessário sem sofrimento. E, na maioria das vezes, ir além daquele objetivo frio.


* Educação domiciliar não é escola em casa. É um estilo de vida em família. 
Se você não estiver disposto a reeducar seus sentidos para mudar sua relação com os eletrônicos, com a sua procrastinação, com sua rotina de estudos (é, tem que ter uma!) e - bingo! - com seus filhos, a educação domiciliar não é para você. 

A educação domiciliar funcionará tanto melhor quanto mais você usar seu tempo para conversar com seus filhos, se divertir com seus filhos, contar coisas para eles, dividir tarefas (suas, da casa, deles) com eles. 

Eu e meu marido estamos amando tanto esse processo de desaceleração! É um retorno a uma vida mais simples, mais humana e menos tecnológica, mais real e menos virtual. Nós já buscamos isso há algum tempo. Deus já vinha nos levando a isso. Com a educação domiciliar isso se intensificou. 


* Ninguém pode dar o que não tem. 
Suponhamos que, de 0 a 10, seu empenho pelo conhecimento é 5. Mas você deseja que seu filho se apaixone pelos estudos. Não vai dar certo. O modelo de estudo dele é você. 

Se você estuda o mínimo necessário para ensinar na aula, ele estudará o mínimo necessário para terminar a matéria. Sinto informar. 

Aproveite a educação domiciliar como uma oportunidade de se aprofundar naquilo que a escola te ensinou superficialmente. Ou mesmo para finalmente aprender aquilo que você não pôde antes.

Por exemplo, eu decorei fatos sobre os sumérios na escola. Na educação domiciliar eu leio o Código de Hamurabi (não é um livro adequado para crianças! Atenção!) e comento conclusões e curiosidades sobre a cultura da época com meu filho.

Nós conversamos e fazemos piadas sobre o assunto, sobre como as leis eram rígidas, sobre como se mencionam rios, plantações, criação de gado aqui e ali na lei (então esses eram fatores bem presentes na vida daquele povo), sobre como as penas da época eram cruéis etc... E nada disso foi feito na aula de história. Isso aconteceu no fim de semana. Lemos trechos no café da manhã. Rimos o fim de semana inteiro. 

Pronto. Ao contrário de mim, ele é uma criança que apreendeu algo sobre os sumérios. E se divertiu fazendo isso. 

Decorar esquemas, fatos e datas é importantíssimo. Mas não é tudo. 


*Invista em livros
O primeiro investimento (grande) e certeiro de quem educa em casa deve ser uma impressora. O segundo devem ser os livros. Muitos.

Clássicos, fábulas, poemas, livros de arte, de arquitetura, com imagens coloridas, ilustrações ricas em detalhes. Sebos, livrarias, feiras de livro, bienais do livro, bibliotecas. Muitos livros bons ao alcance das crianças. E, como eu disse antes, dos adultos também. 


* Nem tudo que serve para uma família serve para outra.
Como você saber o que serve para a sua? Aqui entra meu conselho final que, na verdade, é o cimento que une tudo que foi falado e é a base de tudo, sem a qual nenhuma dessas descobertas teriam sido feitas por mim... Reze.

Você e eu temos muitas opiniões, informações e intuições sobre educação. Deus também tem uma opinião sobre o que eu devo fazer. Ele também tem informações e dicas para me dar. Ele pode iluminar minha intuição. 

Em vão trabalham os construtores se o Senhor não edifica a casa. Que o Senhor seja o nosso guia, que ele nos conduza e nos dê humildade para mudarmos o caminho sempre que necessário. 



Estes são meus votos para o seu caminho na educação em 2018!

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