Crianças e eletrônicos

Quando se fala em exposição a eletrônicos, os pais geralmente se preocupam com a qualidade dos programas a que seus filhos serão expostos. 

Hoje há desenhos e aplicativos que se dizem educativos: eles são realmente eficazes? O Dr. Ítalo Marsili, psiquiatra especialista em harmonia familiar, trata deles nesse vídeo:



Muitos pais não sabem que as pesquisas feitas sobre o impacto do uso de eletrônicos em crianças e adolescentes não encontraram sequer um só benefício no seu uso por crianças.

Também são poucos os que sabem que os pesquisadores e neurologistas indicam que, para não prejudicar o desenvolvimento da criança, não se faça nenhum uso de eletrônicos até os 2 anos de idade e, após essa idade, com tempo controlado. 

Quando se fala em prejuízo ao desenvolvimento do cérebro e ao desenvolvimento geral da criança entenda-se que estamos falando de:
 
- Diminuição da capacidade de concentração, aumento da agitação e da irritabilidade por se acostumar a criança à superestimulação visual, sonora e ao prazer para envolver-se numa atividade.

Esse hábito tem condicionado os jovens a só se entreterem em atividades que lhes deem muito prazer sensorial. Como a vida adulta normal  não encontra meios de reproduzir essa prática, o que se tem visto é uma epidemia de suicídios entre jovens, além do aumento absurdo de doenças psiquiátricas como ansiedade, depressão e transtorno bipolar. 

- Distanciamento afetivo entre pais e filhos e entre irmãos, que normalmente já passam o dia separados pela rotina de trabalho e de escola, utilizando o pouco tempo de convívio para isolar-se em eletrônicos. 

A julgar pela quantidade de tempo que as crianças pequenas têm perdido isoladas em eletrônicos, fica fácil imaginar porque os adolescentes têm se sentido tão sozinhos, deprimidos, sem amigos, sem apoio afetivo dos pais e tão suscetíveis ao suicídio, ao uso de drogas e à busca de prazer sexual desenfreado. Pois se uma criança (que pela sua própria natureza ama estar com os pais e compartilhar suas descobertas) pode facilmente ser isolada e solitária numa casa com eletrônicos, imagine só como será difícil entrar em contato afetivo real ou dialogar com um adolescente (que por sua natureza tende a se isolar e se tornar introspectivo) acostumado ao excesso de eletrônicos. 

- Atraso na fala, pois para estimular a fala a criança precisa que adultos e crianças que já saibam falar conversem com ela. Ela precisa estar com olhos fixos observando os movimentos dos lábios para poder imitá-los e ela precisa viver situações em que se requeira dela a tentativa da fala. Isso requer atenção, dedicação e tempo. 

- Diminuição na capacidade de interagir adequadamente, na sociabilidade da criança, pois uma criança que não observa os rostos das pessoas também não aprende a decifrar as expressões faciais e seus significados. E este tem sido também um fator de atraso na fala. 

- Diminuição da coordenação motora das crianças, que deixam de fazer atividades manuais simples, como correr  usar de tesoura, colar, ajudar a família carregando objetos, enchendo potes, guardando pertences. 

Portanto, não se pense que o uso de eletrônicos por crianças é apenas desperdício de tempo, como um hábito neutro. Não, em geral ele é danoso.

Quando confrontados por essas informações é comum que os pais aleguem que também eles cresceram convivendo com eletrônicos e não acham que isso lhe fez mal (o que também é bastante discutível).

A esse respeito, é fundamental notar que a geração crescida nas décadas de 80 e 90 tinha outra relação com (outros e menos) eletrônicos, bem como tinha outra relação com (muito mais) crianças em um ambiente mais livre e mais seguro:

- o computador não havia surgido. Os primeiros modelos, na década de 90, não eram acessíveis à maioria das famílias e também não dispunham de vários jogos interativos.

- não havia dispositivos eletrônicos móveis, que poderiam ser carregados para o banheiro, para serem usados no trânsito, num almoço no restaurante, numa festa de aniversário.

- a maioria das famílias não tinha mais do que um aparelho de TV, que era dividido entre irmãos, pai, mãe e, eventualmente, visitas.

- a programação infantil era restrita a poucos canais e poucos horários, sem repetição de conteúdo.

- a maioria das opções de programas infantis era de desenhos rápidos, não de filmes, de temporadas de desenhos ou de intermináveis playlists de youtube.

- frequentemente a criança era interrompida por um irmão, primo ou vizinho que a convidava para sair da frente da TV e ir brincar.

- as famílias eram maiores e mesmo as crianças que tinham condições de ter video games dificilmente os usavam sozinhas.

- havia mais segurança e as crianças brincavam mais tempo fora de casa

Vemos que não cabe comparar a relação com eletrônicos dos nossos filhos à nossa.

Claro que os eletrônicos podem ser usados de forma saudável e conveniente. E ninguém nega que eles tornam a vida muito mais prática e que daqui para frente iremos conviver com eles de qualquer maneira. Porém, não podemos tapar o sol com a peneira. Se queremos o melhor para nossos filhos, devemos refletir o quanto antes sobre como evitar que os eletrônicos lhes façam mal.  

Comentários

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